sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Conselho de mãe não se discute.

Desde cedo ouvimos de nossas mães o aviso: não pegue carona com estranhos, meu filho. Ou minha filha. Sábios conselhos estes. Herdado da vida moderna, da experiência da cidade. Acredito que minha mãe nunca ouvira quando criança tal conselho da sua mãe, minha avó. Já pensaram? “Nunca suba no lombo de cavalo de nenhum ’homi’ esquisito”. Seria perigoso, destarte, subir numa garupa de uma cavalgadura manca. Desaforo seria, porém, recusar os belos garanhões do filho do coronel.


O prudente conselho ocorreu-me quando assisti a reportagem sobre o assassinato de um taxista, ontem na televisão. Parou para um casal aparentemente insuspeito. Após tentativa de roubo foi baleado. Morrendo logo em seguida. Imaginei a perigosa vida desses profissionais, para quem a vida é acolherem dentro dos seus carros, desconhecidos. Por ofício, nunca cumpririam o prometido em infância. Por experiência, poderiam alguma das vezes não parar caso pessoa tanto quanto estranha.

Lembro-me também de moça que não dando ouvidos aos cuidados maternos, terminou no carro do rapaz que conhecera após festa na boite. Mergulho na penumbra regado a bastante música, pessoas e álcool. Daí para o apartamento do rapaz foi entre um gole e outro de cerveja. O resultado nem preciso comentar. Deixo o cantor dizer-lhes: ”moças feito passarinho, avoando de edifícios”. Para não sofrer atentado ao pudor. Achando, talvez, que um simples ‘não’ pudesse conter alguém. Pelo contrário, uma negativa nessas condições é combustível de desgraças.

A vida moderna urge precauções, mas nunca a paranóia. Da vida sempre enfretamentos, mas nunca desarmado da prudência.

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