quinta-feira, 7 de março de 2013

Mais um (cheque). Amém, amém

NoGlobo:
Em vídeo que circula pelas redes sociais, o pastor Marco Feliciano (PSC-SP), indicado para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, recolhe doações de fiéis da Assembleia de Deus, na Catedral do Avivamento, sua igreja. Feliciano aceita doações de motocicletas, pede cheques, dinheiro e anuncia recompensas divinas. Em determinado momento, com um cartão na mão, ele diz: “É a última vez que eu falo. Samuel de Souza doou o cartão, mas não doou a senha. Aí não vale. Depois vai pedir o milagre pra Deus e Deus não vai dar e vai falar que Deus é ruim.”

Logo em seguida, um fiel tetraplégico anuncia que vai doar R$ 1.000. O pastor, então, diz: “Ele veio como murmurador. Vai voltar como o homem mais abençoado da festa. Eu ainda vou pregar com você por aí, garoto”.

As cenas de recolhimento de dinheiro prosseguem. Marco Feliciano afirma que R$ 500 é o suficiente: “Tem mais (dinheiro) aqui na frente? Glória a Jesus!”, diz ele, pegando um cheque. “Deixa eu ver o sobrenome dele. Feliz de Souza (risos). Mais um (cheque). Amém, amém. Tem gente que diz: ‘Pastor, pastor, R$ 1.000 eu não aguento’. Traga R$ 500. Você só não pode é perder a benção. Quem crê dá um jeito.

O texto acima parece piada, mas não é. O que me deixa mais intrigado não é a forma de pedir dinheiro do pastor Marco Feliciano (PSC-SP), mesmo que seja da forma mais absurda possível. O que me intriga são as pessoas que o ouvem, e que se sacrificam para dar, muita vez, o que não podem.

 

Sei que pessoas que procuram essas religiões já chegam ali com o espírito fragilizado. Sei, também, que a persuasão encontra terreno favorável, pois fala para os que procuram justamente isso: ouvir algo que lhes tragam conforto e esperança. A fé é o pano de fundo. O que essas pessoas querem na verdade são apenas palavras, e por elas trocam tudo o que tem. São incapazes de resolver seus conflitos no seio de sua própria família. O resultado disso é que correm direto para a boca enorme dos lobos. E pessoas como o pastor/deputado Marco Feliciano são treinados para isso.

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