O presidente da Vale, Roger Agnelli, está sob fogo cruzado do governo há quase um ano. O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva já queria vê-lo fora do cargo. Dilma Rousseff esperou alguns meses depois de sua posse e voltou à carga. Imediatamente, abriu-se a bolsa de apostas com os nomes que podem assumir o comando da mineradora. O Bradesco, responsável pela indicação de Agnelli, dez anos atrás, tenta mantê-lo no posto, mas já admite rever sua posição. O governo gostaria de ver um nome "mais próximo" do Planalto dirigindo os destinos da segunda maior empresa do País. Trata-se de um jogo delicado em que cada um dos principais acionistas (Previ, BNDES, Bradespar e a trading japonesa Mistsui) mexem suas peças para garantir seus interesses. Assim, cada um dos candidatos possui vantagens e desvantagens nessa corrida por um dos cargos mais poderosos do mundo corporativo brasileiro.
Rodolfo Landim – O que faz hoje: consultor de empresas
É um dos preferidos do Planalto. A presidenta Dilma Rousseff o conhece bem, desde a época em que ela comandava o Ministério das Minas e Energia e ele presidia a BR Distribuidora. Outra: ex-funcionário de carreira da Petrobras, enfrentaria pouca oposição de setores do PT. O que joga contra: uma briga judicial com seu ex-patrão, o bilionário Eike Batista, que mantém excelentes relações com o governo federal
Antônio Maciel Neto – O que faz hoje: presidente da Suzano Papel e Celulose
Tem a seu favor uma história de sucesso na iniciativa privada, recuperando empresas em dificuldades como a Ford e a Cecrisa. Habilidoso, agrada ao governo por ter sido funcionário de carreira na Petrobras e militado na Associação dos Engenheiros da Petrobras. Ponto contra? Falta apoio político de peso para bancar sua candidatura
Tito Martins – O que faz hoje: presidente da Vale Inco, subsidiária da empresa no Canadá
Seu nome ganhou força, pois seria uma solução bem aceita pelo mercado, que veria em sua nomeação uma continuidade da política implantada por Agnelli na empresa. Essa continuidade, porém, é exatamente o que o governo deseja evitar na empresa
Fábio Barbosa – O que faz hoje: presidente do conselho de administração do Santander
Sempre cultivou a imagem de executivo ético e preocupado com questões relativas ao social e à sustentabilidade. Isso agradaria, e muito, ao mercado financeiro. Seu nome, porém, sofreria resistência do Bradesco. É provável que o banco da Cidade de Deus não queria ver o presidente de um concorrente, o Santander, se sentar na cadeira de comando da Vale, seu principal investimento fora do setor financeiro
Rossano Maranhão – O que faz hoje: presidente do Banco Safra
Goza de prestígio junto a Antônio Palocci, ministro da Casa Civil e um dos homens mais influentes junto à presidenta Dilma Rousseff. Esse é seu trunfo. Mas talvez seja o nome que mais resistências enfrentaria de investidores locais e internacionais, pois sua indicação seria vista como prova da interferência política na Vale. Também está cotado para assumir a recém-nascida Secretaria de Aviação Civil.
(Brasil247)
0 comentários:
Postar um comentário