terça-feira, 5 de outubro de 2010

O enigma da gaivota

por Hamilton Sobreira

Advogado

 

Quem não se lembra dessa brincadeira de mistério onde você tinha que descobrir a origem da história quando contamos o final?

 

Comece narrando apenas a primeira parte. O final deixe os interlocutores fazerem perguntas com respostas a serem dadas apenas através de sim ou não. O primeiro que adivinhar a história será o vencedor. Segue toda a "estória":

 

Um senhor muito bem vestido, bronzeado, foi a um restaurante e educadamente chamou o garçom, sentou a mesa e pediu o cardápio. O garçom atenciosamente trouxe o cardápio e anotou o pedido. Como era um pedido muito especial o garçom levou pessoalmente até a cozinha e depois de algum tempo aquele prato especial já estava pronto. Era o especial prato de gaivota. O senhor polidamente pegou o garfo e a faca, cortou um pequeno pedaço e colocou na boca, mastigou, engoliu e novamente chamou o garçom, pediu a conta, pagou, levantou, saiu do restaurante, vomitou, pegou sua arma e deu um tiro na cabeça e morreu. Qual a razão?

 

O fato é que este homem, dotado de posses, homem de bem, foi viajar com sua esposa e um casal de amigos em seu Iate. O fato é que após dois dias de viagem houve uma severa tempestade onde a pequena embarcação naufragou indo parar nosso ilustre personagem em uma ilha juntamente com o casal. Sua esposa possivelmente havia se afogado, não encontrando sequer seu corpo. Vários dias como náufrago e sem forças para buscar alimentos, não restou alternativa senão ao amigo que ainda restava forças para buscar alimento; este sempre trazia ao grupo carne de gaivota.

 

Dias se passaram e os sobreviventes conseguiram escapar graças ao alimento conseguido. Enfim após algumas semanas uma embarcação observou o sinal de fumaça que aqueles desesperados personagens fizeram conseguindo salvá-los. Após o retorno foi providenciado um enterro formal da esposa do elegante homem, pois o corpo havia se perdido na imensidão do mar.

 

Como as gaivotas haviam salvo a vida do indigitado homem ele resolveu provar do alimento que o manteve vivo. Resultado: ao comer a gaivota percebeu que aquele gosto não fazia, nem nunca fez, parte do seu cardápio; em segundos recordou que na Ilha não havia visto uma ave sequer, nem um animal e não haviam conseguido pescar um peixe. Como não havia percebido isso? Cansaço, vontade de viver, sobreviver... Percebeu que única possibilidade de carne que havia, seria a que seu amigo, na ânsia de salvar o restante do grupo, encontrou o corpo já falecido de sua esposa, e o servia todos os dias com a justificativa que seria carne de gaivota.

 

Ao comer no restaurante e não reconhecer o gosto, o raciocínio caiu como um véu revelando a existência ou inexistência. Este homem não agüentou saber que o que o mantivera vivo fora a carne de sua adorada esposa.


1 comentários:

Anônimo disse...

EU ESPEREI 1000 ANOS PRA PODER TER A IDEIA DE PESQUISAR A RESPOSTA

 
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