Lágrimas Patrióticas.

O nacionalismo é um sentimento no ser humano de afirmação da sua pátria; pátria onde nasceu, mora e vive. Para muitos, foi um mal incomensurável do século passado. Basta ver as atrocidades de que se serviu o espírito dos alemães, que colocou no poder o partido nazista ultranacionalista por excelência. Mas também há o nacionalismo saudável, dos que acreditam que seu país merece muito respeito; pelo que representa para seu povo. E de forma pacífica e pelas regras internacionais, tenta valer e conquistar seu espaço no mundo.

 

Bom, na verdade o que eu quero esclarecer, fazendo esse brevíssimo comentário sobre o nacionalismo, diz respeito sobre uma singela dúvida que me assalta quando vejo alguns jogadores de futebol, chorando após uma desclassificação: o que se passa na cabeça desses jogadores de futebol que, em campo, chora a derrota de seu time na copa do mundo. Assistimos hoje o final dramático para os italianos – nosso principal rival direto de títulos conquistados, quando ficaram, logo de cara, na primeira fase do mundial. Quando vi jogadores italianos chorando deitados no campo, como crianças que estivessem de castigo, pesarosos em sua dor, vertendo lágrimas pela derrota, fiquei pensando por qual fracasso eles choravam. Se por um fracasso de todo o seu país, ou seria simplesmente um fracasso pessoal. Não podemos esquecer que ali corre bastante dinheiro; um fator por si só muito persuasivo para corromper o espírito do ser humano. Juntamente aos prêmios sempre generosos que os atletas ganham pela conquista de um mundial, temos também a supervalorização do passe dos jogadores que aumenta em proporção à sua permanência na competição. Esses são só alguns dos motivos que posso aqui colocar para achar que a demonstração de frustração pode ser mais pessoal, do que de outro caráter mais nacionalista.

 

Mas sei que essa minha dúvida será bem difícil de ser esclarecida, pois, na primeira oportunidade que os jogadores têm de declarar o infortúnio de sua seleção, o fazem sempre pedindo desculpas, ao seu país, e aos seus compatriotas, pelo insucesso, sempre ratificando sua vontade de ter levado o título para sua pátria. Quero acreditar que muitos vão ali para realmente defender a bandeira de seu povo, do seu país. Mas tenho quase a convicção de que existem muitos dentre eles, que só choram o seu próprio mundo interno desabar.