quinta-feira, 1 de março de 2012

Fevereiro, mês do Carnaval?

Já faz tempo que o Carnaval não são mais aqueles quatro dias de festa. Aliás, muita festa. Bota festa nisso. Jovens e adultos com umas e tantas bebidas na cabeça, colocando abaixo as leis mundanas, elevando os princípios de deuses embriagados e lascivos. 
Atualmente o Carnaval começa bem antes... Praticamente inicia-se quando estamos dando adeus aos últimos dias do ano. É que em Fortaleza o pré-carnaval efetivamente deixa o mês de janeiro muito parecido com o mês de fevereiro, que só tradicionalmente ainda é o mês momino.
E o que provocou o início desse fenômeno foi o surgimento dos blocos carnavalescos, organizados por foliões que, de repente, acharam que seria melhor liberar a ansiedade pré-carnavalesca com... Carnaval!  Mas blocos carnavalescos e arrastando multidões pelas ruas da cidade não são novidades. São até bem antigas. Os bailinhos de carnaval que aconteciam nos clubes da capital cearense eram tradicionais na década de 40. A diferença é que aconteciam exatamente nos quatro dias de carnaval. Não se iniciava um mês antes, como que para preparar o espírito dos foliões, ansiosos por festa, para o grande evento que se aproxima.
Se a cidade ganha ou perde com carnaval ou pré-carnaval, não é do meu interesse uma análise mais profunda nesse sentido. Isso seria talvez enveredar por conceitos econômicos frios e insensíveis. Saber que a prefeitura esqueceu grande parte dos movimentos culturais em vários bairros da periferia para concentrar seus esforços na parte turística da cidade, a Beira-Mar, não me deixa contente, mas também não me faz sentir o pior dos homens. Os negócios, ao que me parece, sempre vencem, e mostram suas garras ao menor sinal de vantagens.
Mas apesar de tudo, as pessoas estão se divertindo nas praças. Estão se reunindo em lugares onde o convívio é tocante, real, nem que seja para algo que, para muitos, é fútil e só traz acidentes e mortes.
É o reencontro do povo com seu antigo espaço de convivência: a praça. Não existe e nunca existirá nada semelhante, nem mesmo nas redes sociais, que são os espaços onde os jovens trocam ideias e impressões da realidade.
Mas a alegria estampada nos rostos dos fortalezenses, principalmente nas carinhas das sapecas crianças, muitas delas fantasiadas, lotando as praças dos bairros da cidade nos fins de semana, correndo com os amiguinhos, ou amiguinhas, pra mim não há satisfação maior.

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