segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O espírito (ansioso) do Natal


Ah, a imagem clássica do Natal! Crianças felizes, férias, presentes, a família reunida ao redor de uma imensa árvore que enfeita a sala, e atrai a atenção pelas luzes que dela irradia.

Ah, o cheiro do Natal! Comidas gostosas, pratos dos mais variados e coloridos, sobremesas das mais inventivas e saborosas.

Melhor do que a reunião da família no Natal é a hora de abrir os presentes.

Bom, nessa hora a animação está a toda. A expectativa atingiu o ponto mais alto da festa. Cada um abrirá seu presente e alguns ficarão contentes e muito felizes, outros, contidos e descepcionados.

Mas não faz mal. No próximo ano, quem sabe, receberá aquela bicicleta por vezes pedida ao Papai Noel.

É bem verdade que a criançada hoje não quer mais saber de bicicleta no Natal. Isso são para os marmanjos que se reúnem com outros amigos e pedalam pelas ruas perigosas da cidade.

Hoje a criançada quer um telefone inteliente, que faça de tudo, inclusive chamadas.

Logo no começo dessa minha pequena história falei do clássico quadro das festas natalinas que habituamos a ver nas telas de cinema, novelas, contos natalinos e etc.

Algo bem distante da realidade do Natal de muitas famílias brasileiras.

O objetivo do espírito natalino, por vezes ouvido nas propagandas, é o de ganhar presentes. Nada da tradicional reunião familiar,. Os mais jovens acham que isso é até... morgado.

Comércio, dinheiro, felicidade... Eis o espŕito natalino apregoado pelas ondas místicas da tevê, nas páginas certinhas das revistas e, porque não, até no espetacular momento do rádio.

E para sastifazer ao espírito natalino das pessoas ele já está aí.

Em esquinas, shoppings, na conversa do dia a dia, espírito das pessoas, 'e aí, o que vai fazer nesse Natal?', como se ele já fosse na próxima semana, no próximo mês.

Ainda faltam nada menos que dois meses, mas as pessoas já estão correndo para não deixar ninguém sem o presente de Natal.

Ao que se deve essa enorme antecipação, atropelando o nosso sagrado calendário festivo?

Não, não vamos ser simplistas e afirmar que deve-se ao consumismo.

Comprar é a resposta para o mal que ataca a maioria das pessoas.

É a cura para o padecimento da ansiedade.

Por que uma sociedade ansiosa está sempre propícia a aceitar os eventos fora de seu contexto.

O que importa dezembro, se podemos criar o ambiente natalino em outubro, logo após a gastança do dia das crianças?

Está lá para fazer-nos lembrar para onde deverá ir nosso décimo terceiro.

E isso estimula a ansiedade, principalmente nas crianças, as verdadeiras vítimas do espírito natalino.

Crianças ansiosas. Ser humano ansioso. Uma sociedade que não sabe esperar.

Para vocês criançadas, uma boa noite de Natal! Divirtam-se enfeitando árvores, comam suas comidas preferidas, brinquem com seus amigos, corram pela casa, vivam um Natal cheio de alegria.

Não liguem se dessa vez não há presentes. É que nesse ano nós também resolvemos apenas brincar de Natal.
Um campanha da FIEC, Federação das Indústrias do Estado do Ceará, e CDL, Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará.

  Tudo bem, não foi a FIEC nem a CDL quem escreveu esse pequeno texto.

  Mas não custa-nos sonhar nessa época.

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