Por Dulcynardo Honorato - Estudante de Economia
O trabalho tem sido desde as primeiras civilizações o retrato da exploração daqueles que dominam sobre os aqueles que são dominados. O objetivo da produção, sobretudo nesse período, tinha como motivação principal o autoconsumo, ou seja, só se aumentaria a quantidade dos bens conforme do desejo daqueles que detinham os fatores de produção. Porém, é importante ressaltar que o "trabalhador", apesar de não ser livre, possui total segurança no que diz respeito a sua subsistência. Isso quer dizer que apesar das condições difíceis traduzidas e cristalizadas pela rotina dura diário, pela baixa perspectiva de vida, pelos autos impostos, tributos etc., esse trabalhador não se preocuparia com seu consumo autônomo (aquilo que trabalhando ou não, não deixará de consumir – normalmente o alimento – básico a sobrevivência humana).
Apensar de essa relação ter durado séculos, seu fim foi inevitável, pois os homens passaram a manter outro tipo de relação baseada no trabalho por conta das evoluções e revoluções. Mas como diria Leo Jaime. "UOO! UOO! Nada mudou. Apesar disso, toda a relação continuou parecida, porém com uma nova roupagem. HOJE SOMOS TRABALHADORES LIVRES! – TRABALHAMOS SOMENTE QUANDO QUEREMOS E SOMENTE PARA QUEM QUISERMOS. QUE COISA FANTÁSTICA! Ela, a relação, tem agora como objetivo principal a geração de lucro. Dessa maneira, fica fácil afirmar que hoje produzimos não para consumo humano, não para satisfazer nossas necessidades, mas para gerar lucro, lucro e lucro. A ideologia dominante a todo instante falsea a realidade, ou seja, nos fazem acreditar que somente através do trabalho, conseguiremos alcançar o que mais desejamos. O que seria isso hein? Que somente através do trabalho conseguiremos dignidade, respeito, confiança... Valores que noutras épocas eram conseguidos de outra maneira e não simplesmente e somente pelo trabalho. A ideologia capitalista nos faz acreditar que vencer na vida é consumir, ou seja, ter um bom carro, roupas caras, comer o que há de mais sofisticado, possuir vários aparelhos eletrônicos etc. E o que pensar daqueles que não trabalham e possui tudo isso. Será que esses indivíduos não merecem ser respeitados? Será que eles não merecem confiança? Será que não são dignos?
É muito comum encontramos citações sobre as grandes maravilhas geradas pelas revoluções industriais. Inclusive, estamos vivendo a terceira, talvez a quarta revolução industrial... Mas não importa. O que temos que observar é que em cada uma dessas etapas, o trabalho do homem tem sido cada vez mais insignificante, ou seja, a força de trabalho do homem tem sido cada vez mais banalizada... Evolução, nos tempos modernos, tem sido conseguir acabar com postos de trabalho. Em outras palavras que dizer que automatizar a produção é fator principal e determinante para a evolução. Nossa relação com o trabalho, hoje, só contribui para isso, ou seja, acabar com o trabalho. Isso é paradoxal.
Trabalhamos nesses moldes ainda, acredito, porque não alcançamos a maturidade necessária para propormos uma sociedade alternativa, uma fuga, um mundo "melhor", uma relação onde a distancia entre os homens seja percebida/evidenciada apenas pelo endereço. Essa grande guinada precisa ser feita urgentemente, caso contrário, participaremos ativamente das próximas revoluções industriais, ou qualquer outro nome que queriam chamar, contribuindo mais uma vez para os interesses daqueles que nos detestam. Por hora, não podemos pensar nisso, pois precisamos trabalhar...
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