Cairo, do grego Kairus, o deus da Oportunidade.
Não há melhor forma de a cidade reivindicar seu antigo nome qual fazer das intensas manifestações de liberdade, o caminho para que o Egito retorne aos tempos da recente República promulgada, em desfavor do antigo Império que estava nas mãos das potências européias.
Nas praças de Cairo, as forças armadas reconhecem a legitimidade dos manifestantes egípcios em criticar o atual ditador Mubarak. Por conseguinte, ao governo só resta criar milícias para defendê-lo.
Foi com a singela quantia de US$ 34,00 pagos pela ditadura, que vários 'defensores' saíram às ruas para enfrentar a onda de descontentamento que reúnem milhares nas praças da capital.
O desfecho da violenta investida foram cinco mortes - até o momento - e mais de 1500 pessoas feridas nos confrontos. Tudo que o Exército fez foi levantar muros de contenção separando os dois lados.
Mubarak, sem apoio integral do Exército egípcio fez o que senis ditadores fizeram em passados remotos: alistou os mais vis dentre o populacho, criando uma milícia, não oficial, e jogou compatriotas em campo de batalha sangrento.
Não há fôlego ditatorial que resista a consciência coletiva para a mudança, muito menos quando embasada pelo desemprego e pela fome, e sem oportunidades de melhoras, contrariando seu milenar nome.
Trotski disse, em algum livro perdido na romântica época das revoluções sociais, que uma revolução para ser triunfante tem que, primeiro, conquistar o coração do soldado.
E esse coração o ditador Mubarak já o perdeu para a sua causa. Comprou outros... Mas com moeda de cobre de pouco valor.
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