quarta-feira, 24 de março de 2010

Frutos do mesmo contexto histórico.

A pré-candidata Marina Silva já disse publicamente que governaria - caso eleita presidente - com a ajuda do PSDB e do PT. Ciro, nas suas entrevistas, também como pré-candidato, critica as coligações espúrias que os partidos fazem para manter a governabilidade a todo preço. Fora o petismo de São Paulo, ele não faz nenhuma crítica direta aos dois partidos, e sim, as alianças nefastas que os dois partidos realizaram para governar o país – entre parênteses, alianças com o PMDB e o DEM. Como não se governa efetivamente sem um amplo leque de alianças no Congresso, poderíamos supor que ele, Ciro, teria, também, a intenção de governar com o apoio dos dois partidos, PT e PSDB. 

O que Marina afirmou - e Ciro deixa nas entrelinhas - acontece aqui no Ceará com o governador Cid Gomes do PSB, que tem, como aliados na Assembléia Legislativa, tanto o PT como o PSDB. Se não são todos os parlamentares da Social Democracia Brasileira ou todos do Partido dos Trabalhadores que angaria simpatia, não é devida a própria pessoa do governador, mas ao incomodo que um partido deve sentir ao estar apoiando o mesmo ideal, o mesmo programa de governo, pois, subtende-se que, se apóiam Cid Gomes, estão apoiando o programa de partido do PSB.

Deve ser fato raro no País: PT e PSDB juntos, no mesmo lado.

Segundo o Vice-Governador, Francisco Pinheiro, ao jornal OPovo: "Nós temos posições muito diferentes no Brasil. O programa do PSDB é frontalmente contra o programa do PT. É difícil você construir uma governabilidade com o PSDB, mas isso é o partido que resolve", disse.

Aqui não foi bem isso que aconteceu. O Governador não teve muita dificuldade em aprovar seus projetos. Afora as divergências em algumas matérias, o Executivo teve uma agradável governabilidade entre petista e tucanos. Se estiver sendo bom para o Ceará, por que não seria bom para o país?

Os dois são frutos do mesmo contexto histórico. Ambos nasceram do regime de exceção imposto pelos militares nas décadas de 60 ao início de 80.

Há dentro dos dois partidos, homens notáveis, que se tornariam mais notáveis ainda, se deixassem de lado a soberba que os conduziram ao erro histórico do rompimento.   




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