terça-feira, 16 de março de 2010

Direito à imagem

Quando algum deputado fala, ou melhor, esbraveja críticas ao secretário Roberto Monteiro, ele sabe perfeitamente que o cidadão menos avisado, inculto e incauto, absorve tudo aquilo que ele fala. É o seu público. Não faz nada mais além – irresponsavelmente - do que encorajar crimes contra a própria polícia.

Sem perceber as conseqüências nefastas de sua fala, passa-se para a população a falsa idéia de desmoralização da nossa polícia; dar a entender, para os desavisados, que a causa da violência não é a droga, a desigualdade de oportunidade ou a educação pública de má qualidade, mas simplesmente um homem, na figura do secretário de segurança - que segundo o deputado, não é 'macho' para ir para cima dos bandidos para prender, ou que seria para ele bem melhor, matar os criminosos.

As pessoas mais humildes, que formam a sua opinião, não lendo jornais, mas assistindo aos programas policiais da nossa televisão - programas que mais se configuram como entretenimento do que como jornalístico – são vítimas da desinformação, e o pior, vítimas da subjetividade do apresentador desses programas. Diria bem mais, desrespeitam a lei e conclama a população para que desrepeitem também, com o pretexto de estar fazendo seu papel de informar. Nada mais inconstitucional do que violar o direito à imagem das pessoas. 

Deputados, como legisladores, sabem que a lei é para ser cumprida. E como jornalista deveria informar bem a sociedade.

É o total desserviço para a população de Fortaleza.



 

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