domingo, 14 de outubro de 2007

SOU EU

Serás tua própria testemunha do que vou te dizer hoje. Sou o EU, que de ti recebe todas as dores. Por que esqueces de mim quando rires? Mas em mim encosta teu ventre convulso quando soluças em pranto? Sou o EU, que com prazer e resignação sofre junto contigo Nesse teu calar angustiante e mesquinho. Sou o EU, que te recebe de braços abertos, para contigo somente Dar gritos de ‘melhor para nós’, quando só me caberia ser prudente. Vangloriava-me no passado, para que através de mim irradiasse de ti uma fortaleza. Hoje esquece-me e te acovardas no EU dos outros. Sou o EU, então que suporta toda a tua vergonha, humilhação e desrespeito para contigo. Sou o EU, que pede apenas um pouco de tua atenção. Pois equilibro teus temores e sonhos para que não enlouqueças. Por que procuras o EU dos outros para te fortalecer? Não precisas! Você não sabe o quão forte me tornei. Carrego dentro de mim marcas só comparada a flagelos antigos. Achas que eu não suporto uma perda de um ente querido? Morres junto com ele se pensas assim. Achas bem que eu não suporto frustrações profissionais? É o mais fácil, por ser tão fácil me aborrecerias com isso. Achas que não suporto até mesmo mediocridades romanceadas? O coração por ser o mais frágil, é justamente o que controlo com mais facilidade. Enfim, dou-te provas mais do que contundentes que se procuras o EU de outros. Para que possas te aliviar, consolar e aconselhar. É por que não mereces e nunca mereceu o EU que tens. Sou o EU do teu ser e da tua circunstância.

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